“Ele era um cara engraçado”, diz coreógrafo de Michael Jackson
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“Ele era um cara engraçado”, diz coreógrafo de Michael Jackson
O americano LaVelle Smith Jr. é uma das poucas pessoas que tiveram a chance de conhecer um lado raro de Michael Jackson. Segundo o coreógrafo, que trabalhou por mais de duas décadas com o Rei do Pop, o cantor era, sim, um sujeito tímido e perfeccionista, como ficou conhecido no “showbizz”. Mas era também um homem feliz, engraçado, dono de um senso de humor peculiar. Um Michael que surpreenderia muita gente.
“Trabalhávamos duro nas turnês. Mas, quando sentávamos para beber água, falávamos sobre assuntos normais, coisas pessoais. Ríamos muito. Ele era um cara engraçado. Por isso foi tão incrível viver aquele tempo”, diz ao UOL Smith Jr., que no próximo dia 16 apresenta em São Paulo o workshop “Tributo ao Rei do Pop”, ao lado do ator Rodrigo Teaser, que interpreta Michael no musical brasileiro “This Is It”.
No encontro, o coreógrafo promete esmiuçar passos que mudaram não só o curso da música pop, mas também o da dança de rua, que passou a ser reconhecida como uma forma de arte. Movimentos como o “mookwalk”, o icônico andar zumbi de “Thriller” e o desafio à gravidade de “Smooth Criminal” ganharão abordagem didática. Tudo isso e o que mais o público pedir.
“Michael me ensinou ‘Thriller’, ‘Bad’ e todos os outros números. Só quero compartilhar isso com outros dançarinos e com todos que quiserem aprender”, afirma Lavelle, que começou como dançarino na turnê “Bad”, em 1987. Nove anos depois foi alçado ao posto de coreógrafo oficial da turnê “HIStory World” (1996-1997), maior e mais lucrativa excursão de MJ.
“Sim, não é mentira, o Michael Jackson era perfeccionista. E um grande líder. Em um ensaio, repetíamos o show inteiro duas ou três vezes. Aprendi com ele que é preciso ter atenção aos detalhes e dar o máximo ao público”, revela o coreógrafo, que também já dançou com Janet Jackson, Beyoncé e Rolling Stones. “Mas ele dava liberdade. Não havia limites. Se você quisesse criar algo em uma parte, você criava. Se o figurino tinha que ser especial para aquela parte, você o teria. Ele dizia: ‘Não se preocupe com o dinheiro. Apenas crie. Os outros cuidam disso’.”
Lembranças dos velhos tempos, diz ele, são muitas. Incluem as loucas festas nas danceterias paulistanas em 1993, “cheias de gente feliz e de energia boa”, na conturbada passagem do cantor pelo Brasil. “Mas acho que a melhor coisa que guardo da época do Michael é a quantidade de bobagens que falávamos. Algumas vezes, eu dizia alguma coisa que o fazia rir tanto, mas tanto, que ele simplesmente caia no chão de tanto rir. Ele tinha a melhor risada. E eu ficava me peguntando: “Mas o que eu disse de tão engraçado assim?’.”
Uma coreografia favorita? Impossível dizer. E a resposta vem em um doloroso tom de lamento. LaVelle Smith Jr. preparava seu trabalho mais ousado para a turnê “This Is It”, cancelada em 2009 após a trágica morte de Michael. “Teria sido realmente incrível. Muito, muito empolgante. Exibiríamos um vídeo baseado no filme ‘Sete Homens e um Destino’, com cavalo e tudo mais. Infelizmente não foi possível mostrar.”
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