Desabafo de 25/06

Junho é um mês que eu e centenas de milhares de pessoas ao redor do mundo gostariam de riscar do calendário. Ter saudade de Michael é algo que já me acostumei a sentir trezentos e sessenta e cinco dias por ano, mas em junho esse sentimento se torna tão forte que sufoca. Sei que ele nunca esteve perto de mim, mas a presença dele ao meu lado nunca foi um pressuposto para que eu sentisse sua falta depois daquele início de noite em 25 de junho de 2009. Sinto sua falta porque o amo, simplesmente, com todo meu coração, mesmo de muito longe, e se algumas pessoas não entendem, não cabe a mim explicá-las, afinal de contas, quem sou eu para definir em palavras todas as formas existentes de amor?

Aquele junho de 2009 nunca deveria ter existido. Minha saudade é carregada por um sentimento de impotência que me faz querer gritar. O mundo sem Michael Jackson é um mundo mais pobre, órfão tanto da sua arte como da pessoa única que ele sempre foi. Ele dizia “vamos curar o mundo, nós podemos curar o mundo”, e o que mais me dói é perceber que o mundo esteve e está mais doente do que nunca. Seria maravilhoso se para cada dez pessoas no universo, pelo menos nove tivessem um coração semelhante ao de Michael. Se as pessoas fossem como ele, tenho absoluta certeza, todas as guerras seriam travadas por soldados do amor com flores em suas mãos.

Ninguém, ninguém no universo inteiro, me influenciou mais do que ele. Ele é o maior responsável pela pessoa que sou hoje. Ele é minha maior inspiração, desempenhou um papel de extrema importância na minha vida. Michael me faz ter esperança na humanidade. Foi com ele que aprendi que nós podemos sim tentar curar o mundo; fazer deste um lugar melhor depende de cada um de nós. O que eu, você, nós precisamos fazer é encarar nosso reflexo no espelho, ter uma séria conversa com nosso eu interior e mudar nossas más atitudes. Aprendi também que temos que manter a fé e acreditar em nós mesmos, ainda que ninguém acredite, pois não há nenhuma montanha, por mais alta que seja, que não possamos escalar. Que devemos sorrir, mesmo quando nossos corações estiverem chorando. Que antes de julgar alguém, devemos tentar amá-lo. Que não importa o quanto te acusem, o quanto deturpem a sua imagem, quantas mentiras inventem a seu respeito, se você tiver consciência de quem você é de verdade, se manterá em pé e de cabeça erguida. Estamos aqui para mudar o mundo. Ele esteve. Ele o fez. E ainda o fará, por muitos e muitos anos, enquanto seu nome for lembrado e seu legado servir para inspirar outras pessoas.

Não deixo de ficar triste e profundamente magoada pela forma injusta como esse homem foi tratado durante a vida, principalmente em seus últimos anos. Michael Jackson não morreu em 2009, ele morreu antes disso, quando caíram sobre ele aquelas acusações infundadas de pedofilia. Sanguessugas em busca de dinheiro o mataram em vida, enquanto um bom número de pessoas ignorantes, desinformadas e altamente influenciáveis repetiram o coro apregoado pela mídia sensacionalista que tinha como objetivo vender jornais, revistas e dar audiência em programas de TV. O que fizeram com ele, além de cruel e perverso, foi vergonhoso. Eu tenho muita vergonha de viver em uma sociedade tão centrada em seu próprio umbigo que a minoria que ousa fazer o bem ao próximo recebe como retribuição desconfiança, acusações maliciosas e um juízo de valor absolutamente errôneo orquestrado por acéfalos sem o mínimo de conhecimento de causa.

Cinco anos depois eu só gostaria de dizer que o amo mais que ontem e menos que amanhã. Em meu coração, ele sempre será sinônimo de talento, inocência, bondade, generosidade e, sobretudo, amor ao próximo. Sinto-me muito grata por conhecer o homem por trás do mito, o ser humano Michael Jackson, aquele que, além da sua arte, nos deixou como herança um grande exemplo de vida, de força e de fé na humanidade. Obrigada por ter existido, Mike. Aonde quer que você esteja agora KING, eu sempre direi e repetirei, I love you MORE, I love you MOST.