Novamente, cover de Michael Jackson faz show na Feevale

por **Mila** Ter 29 maio 2012 - 11:58

Por momentos, pensou-se que realmente ele teria ressurgido das cinzas. Pois tudo era exatamente igual. Tudo perfeito. A voz, os gritos agudos, os sussurros, os contorcionismos, a dança dos passinhos para trás, também chamada de moonwalk, o cabelo, o figurino, a entrega para a arte. A uma certa distância podia-se pensar, também, em uma possível projeção. Mas não era. A certeza de que seria um humano, assim como nós, vivo e cheio de possibilidades, veio quando ele desceu do palco e caminhou, e cantou, e fez o público se comover.

Com a ponta dos dedos, Guilherme Saraiva, de 5 anos, acompanhado pela mãe, Tatiane, esforçou-se para tocá-lo. E conseguiu. Parecia realizado. Afinal, aquele artista que ele acha o “máximo” e que só conheceu em DVDs adquiridos pela mãe, existiu de verdade. Por isso Guilherme estava ali. Com uma luva na mão direita e um chapéu. Ao entrar no teatro da Feevale, em Novo Hamburgo, na última quinta-feira, 24, Guilherme sentou-se em uma escadaria, de frente para o palco. E negava-se a sair dali. Mesmo com a insistência da mãe, depois do avô, da avó, que tentavam convencê-lo de que deveria fazer como os demais: sentar em uma das 1.831 confortáveis poltronas e apenas curtir. A mãe suplicava: “Filho, ‘tá’ vendo aquele menino ali na frente (!?), faz bonitinho como ele, vem sentar com a gente.” Mas Guilhermresistia.

O outro menino chama-se Rafael Schmidt, de 4 anos, com chapéu brilhante na cabeça. Ao lado da mãe, Taila, no período que antecedeu o espetáculo, que começou pontualmente às 21 horas, Rafael, ao contrário de Guilherme, parecia alheio a tudo o que estava acontecendo. No apagar das luzes, no entanto, livrou-se do brinquedo que tinha em mãos e suas lembranças vieram à tona. Ao ouvir músicas como Billie Jean, Rock with You, Thriller, Remember the Time..., Rafael sorriu e aplaudiu, durante 1h45 de espetáculo.

Inclusive vibrou quando uma das fãs, Waleska Marques, de 28 anos, que também usava um chapeuzinho, em certo momento foi convidada a subir ao palco e dançar com um dos covers. E só no final, ao interpretarem Black or White, o pequeno Rafael cansou e pediu colo. Rafael, em 2009, então com 2 anos, ouvia o mundo todo falar na perda do Rei do Pop. Por isso ele estava ali, fiel à história e à arte. E com chapeuzinho brilhante na cabeça.

Fonte: http://www.gaz.com.br